Do Texto e da Pintura em Clarice Lispector
DOI:
https://doi.org/10.26893/rm.v7i13.234Palavras-chave:
Literatura, Pintura, Clarice LispectorResumo
A prática narrativa de Clarice Lispector [1925-1977], essencialmente nos livros Água Viva (1973) e Um sopro de vida (1978) transforma a linguagem romanesca num expediente visual híbrido cujo princípio constitutivo é a técnica de colagem ou fragmentos de diferentes ordens discursivas e, que, ao se imbricarem, relativizam as diferenças
entre texto literário e as outras artes. Considerando essas narrativas e as telas Explosão, Luta sangrenta pela paz, Medo e Gruta dessa perspectiva, buscamos analisá-las enquanto exercícios que resultam em dupla ou múltipla grafia. Acompanham-se, interpretativamente, o ler e o ver, o gesto intertextual que, como operações de escrita ou “registros
do ver”, promovem o comentário metalinguístico e a visualidade de suas próprias telas. Nas pinturas de Clarice Lispector a pincelada identifica-se com a escritura, gozam ambas do mesmo estatuto semiológico, as duas enquanto gestos, enquanto sinais, portanto. Procuraremos, nesse sentido, demonstrar que essas linguagens se complementam
pelo silêncio, no jogo discursivo ou visual de um corpo que se escreve/inscreve e se pinta,ou mesmo no próprio instante de representar o irrepresentável ou em exprimir o inominável.
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