Um Deus de pés de barro

Autores

  • Flávio R. Kothe Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.26893/rm.v40i40.567

Palavras-chave:

Machado de Assis, Crítica Literária, Exegese, Cânone Literário, Literatura Comparada

Resumo

Perceber o que deixou de ser escrito deixa mais claro o que foi escrito. O dito serve para esconder o não-dito; o não-dito revela o perfil do dito. O dizer serve para não dizer o que poderia ter sido dito e não foi. Não se trata de exigir que se diga o que gostaríamos, mas discernir o que foi dito pelo perfil do que não se disse. Não é apenas inventar uma história que ele deveria ter contado, mas ver como o contado serve para despistar o mais relevante. Perguntar se o “mais importante escritor brasileiro” simpatizava ou até estava em conluio com a oligarquia latifundiária recoloca em pauta o perfil do que tem sido canonizado. A análise de um conto sintomático não deveria ocultar o sistema canônico que nele se manifesta. O sintoma é ignorado pela exegese canonizante, mas esse ignorar é revelador tanto dela quanto do cânone.

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Biografia do Autor

Flávio R. Kothe, Universidade de Brasília

Mestre em Teoria Literária (Freie Universitat, Berlin). Doutor em Teoria Literária e Literatura Comparada (Universidade de São Paulo. Livre-docência (PUC/CAMP). Estágios Pós-Doutorado nas universidades de Yale, Heidelberg, Berlim, Konstanz, Bonn, Frankfurt. Coordenador do Núcleo de Estética, Hermenêutica e Semiótica (NEHS). Editor da “Revista de Estética e Semiótica” (UnB). Professor titular (aposentado) de Estética da UnB.

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Publicado

16/01/2025

Como Citar

Kothe, F. R. (2025). Um Deus de pés de barro. Revista Mosaicum, 40(40), 7–38. https://doi.org/10.26893/rm.v40i40.567

Edição

Seção

Ensaio(s)